Calculadora de Gravidade de Disfagia

Avalie a gravidade da disfagia através de critérios clínicos e identifique risco de aspiração.

Avaliação de Disfagia

Nota: Esta ferramenta é um auxílio de triagem. Avaliação clínica completa por fonoaudiólogo é essencial para diagnóstico e tratamento.

O que é Disfagia?

Disfagia é a dificuldade de deglutição (ato de engolir). Pode afetar qualquer fase da deglutição: oral (boca), faríngea (garganta) ou esofágica. É comum em idosos, pacientes neurológicos (AVC, Parkinson, demências), oncológicos (câncer de cabeça e pescoço) e em doenças degenerativas. A disfagia aumenta o risco de aspiração (entrada de alimento/líquido nas vias aéreas), pneumonia aspirativa, desnutrição e desidratação. O reconhecimento precoce é fundamental para prevenir complicações graves e melhorar a qualidade de vida.

Sistema de Pontuação

Pontuacao Total: 0-12

  • 0: Normal - Sem sinais de disfagia
  • 1-3: Leve - Modificacao de consistencias pode ser necessaria
  • 4-6: Moderada - Acompanhamento fonoaudiologico regular
  • 7-12: Grave - Risco alto de aspiracao, avaliacao urgente

Perguntas Frequentes

Quais são os sinais de alerta de disfagia?

Principais sinais: tosse ou engasgo durante ou após alimentação, sensação de alimento preso na garganta, necessidade de múltiplas deglutições para limpar a boca, escape de alimento/líquido pela boca ou nariz, mudança na voz após deglutir (voz 'molhada' ou rouca), pneumonias de repetição, perda de peso não intencional, tempo prolongado de refeição (>30min), recusa alimentar, e dificuldade progressiva com diferentes consistências.

Qual a diferença entre disfagia oral, faríngea e esofágica?

Disfagia oral: dificuldade de formar o bolo alimentar e iniciar a deglutição (fraqueza de língua, lábios, bochechas). Comum em doenças neuromusculares. Disfagia faríngea: dificuldade na fase involuntária da deglutição, com risco de aspiração (entrada de alimento na via aérea). Comum pós-AVC, Parkinson, ELA. Disfagia esofágica: dificuldade de passagem pelo esôfago (estenose, acalasia, refluxo grave). Paciente sente alimento 'parado' no peito. Cada tipo requer abordagem específica.

O que é aspiração silenciosa?

Aspiração silenciosa ocorre quando alimento ou líquido entra na via aérea (traqueia/pulmões) SEM provocar tosse reflexa. É muito perigosa porque passa despercebida. Comum em pacientes com déficit sensorial (pós-AVC, demências avançadas). Sinais indiretos: pneumonias de repetição, febre sem causa aparente, secreção pulmonar aumentada, saturação de oxigênio oscilante após alimentação. Diagnóstico por videofluoroscopia ou videoendoscopia da deglutição (FEES). Requer modificação de dieta e técnicas compensatórias.

Quando é necessária avaliação instrumental (videofluoroscopia/FEES)?

Indicações: Suspeita de aspiração (especialmente silenciosa), disfagia grave com risco nutricional, disfagia pós-AVC ou trauma cervical, falha em progredir com modificação de dieta, candidatos a decanulação (retirada de traqueostomia), antes de liberar via oral em pacientes com via alternativa (sonda/gastrostomia), e quando avaliação clínica é inconclusiva. A videofluoroscopia mostra anatomia e fisiologia em tempo real com raio-X. A FEES usa endoscópio nasal e não usa radiação, boa para beira-leito.

Quais são as modificações de consistência para disfagia?

Classificação IDDSI (International Dysphagia Diet Standardisation Initiative): Líquidos - Fino, Levemente Espesso, Moderadamente Espesso, Extremamente Espesso, Pudim. Sólidos - Regular, Fácil de Mastigar, Macio e em Pedaços, Picado e Úmido, Purê/Pastoso. Objetivo: Reduzir velocidade de fluxo (líquidos) ou facilitar mastigação (sólidos) para dar tempo ao paciente de deglutir com segurança. Espessante comercial é usado para líquidos. IMPORTANTE: Modificação deve ser prescrita por fonoaudiólogo/nutricionista, pois restrição excessiva pode causar desidratação/desnutrição.

Quando indicar via alternativa de alimentação (sonda/gastrostomia)?

Indicações: Disfagia grave com risco alto de aspiração e broncoaspiração recorrente, incapacidade de manter hidratação/nutrição oral adequada (perda de peso >10%, desidratação), aspiração silenciosa documentada que não melhora com modificações, pacientes inconscientes ou com rebaixamento de consciência prolongado, obstrução mecânica (tumor, estenose grave), e previsão de disfagia prolongada (>4-6 semanas). Sonda nasoenteral: curto prazo (<4 semanas). Gastrostomia (PEG): longo prazo. Via alternativa não impede continuidade da reabilitação fonoaudiológica.

Referências Científicas

  1. 1. O'Neil KH, Purdy M, Falk J, Gallo L. The Dysphagia Outcome and Severity Scale. Dysphagia. 1999;14(3):139-145.
  2. 2. Crary MA, Mann GD, Groher ME. Initial psychometric assessment of a functional oral intake scale for dysphagia in stroke patients. Arch Phys Med Rehabil. 2005;86(8):1516-1520.
  3. 3. Martino R, Foley N, Bhogal S, et al. Dysphagia after stroke: incidence, diagnosis, and pulmonary complications. Stroke. 2005;36(12):2756-2763.