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ECOG Performance Status

Avalie o estado funcional e a capacidade de realizar atividades do dia a dia em pacientes oncológicos.

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Avaliar ECOG

Selecione o nivel que melhor descreve o paciente

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O que é o ECOG Performance Status?

O ECOG Performance Status (ECOG PS), também conhecido como WHO Performance Status ou Zubrod Score, é uma escala desenvolvida pelo Eastern Cooperative Oncology Group para avaliar o estado funcional de pacientes com câncer. A escala varia de 0 (totalmente ativo) a 5 (óbito), quantificando a capacidade do paciente de realizar atividades diárias e autocuidado. É uma ferramenta fundamental para: 1) Avaliar elegibilidade para protocolos de quimioterapia, 2) Estratificar prognóstico, 3) Monitorar progressão da doença, 4) Comunicação multidisciplinar padronizada, 5) Documentação em prontuário e pesquisa clínica.

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Como Usar o ECOG Performance Status?

Para avaliar o ECOG PS: 1) Observe o paciente e obtenha história sobre suas atividades diárias, 2) Pergunte sobre: capacidade de trabalhar, necessidade de repouso, habilidade de autocuidado, tempo que passa na cama/cadeira, 3) Selecione a categoria que melhor descreve o estado atual do paciente, 4) Registre o ECOG PS no prontuário com a data da avaliação, 5) Reavalie periodicamente, especialmente antes de mudanças terapêuticas. IMPORTANTE: Em caso de dúvida entre dois níveis, escolha o pior (maior número). A avaliação deve refletir o estado funcional relacionado à doença oncológica, não a limitações por outras comorbidades (ex: artrose severa).

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Niveis ECOG Detalhados

ECOG 0 - Totalmente Ativo

Capaz de realizar todas as atividades sem restrições. Sem evidência de doença. Performance equivalente ao estado anterior à doença.

ECOG 1 - Sintomas Leves

Restrição para atividades físicas extenuantes, mas deambula e é capaz de realizar trabalhos leves ou sedentários.

ECOG 2 - Sintomático, Ambulatorial >50% do Tempo

Capaz de cuidar de si mesmo, mas incapaz de realizar qualquer trabalho. Acordado e em pé >50% das horas do dia.

ECOG 3 - Sintomático, Acamado >50% do Tempo

Capacidade limitada de autocuidado. Confinado ao leito ou cadeira >50% das horas do dia.

ECOG 4 - Totalmente Incapacitado

Completamente incapaz de autocuidado. Totalmente confinado ao leito ou cadeira.

ECOG 5 - Morte

Paciente falecido.

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Aplicações Clínicas do ECOG

Elegibilidade para Tratamento

ECOG 0-1: Geralmente elegíveis para tratamentos intensivos (quimioterapia combinada, cirurgias complexas). ECOG 2: Considerar esquemas menos tóxicos, dose reduction. ECOG 3-4: Geralmente não candidatos a tratamento sistêmico; considerar cuidados paliativos ou best supportive care.

Estratificação Prognóstica

O ECOG PS é um dos mais importantes fatores prognósticos independentes em oncologia. ECOG 0-1 associa-se a melhor sobrevida global e qualidade de vida. ECOG 3-4 indica prognóstico reservado. Usado em escores prognósticos compostos (ex: IMDC para câncer renal).

Monitoramento de Resposta

A melhora do ECOG PS durante tratamento indica resposta favorável. Deterioração progressiva pode indicar progressão de doença ou toxicidade do tratamento, exigindo reavaliação da estratégia terapêutica.

Pesquisa Clínica

Critério de inclusão/exclusão em estudos clínicos. Usado para estratificação de pacientes em análises. Permite comparação entre diferentes estudos e populações.

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ECOG vs Karnofsky Performance Status

Embora ambas avaliem estado funcional, há diferenças importantes:

ECOG (Escala 0-5)

  • Mais simples e rápida de aplicar
  • 6 categorias ordinais bem definidas
  • Amplamente usada em oncologia moderna
  • Menor variabilidade inter-observador
  • Preferida em ensaios clínicos atuais

Karnofsky (Escala 0-100)

  • Escala mais granular (11 níveis de 10 em 10)
  • Historicamente mais usada em neuro-oncologia
  • Maior subjetividade na escolha entre níveis próximos
  • Ainda utilizada em alguns protocolos específicos

Conversao: Conversão aproximada: ECOG 0 = KPS 90-100, ECOG 1 = KPS 70-80, ECOG 2 = KPS 50-60, ECOG 3 = KPS 30-40, ECOG 4 = KPS 10-20.

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Dicas para Avaliação Precisa

  • Pergunte diretamente ao paciente sobre suas atividades nos últimos dias
  • Observe a aparência geral, marcha e nível de alerta durante a consulta
  • Considere relatos de cuidadores se o paciente tiver comprometimento cognitivo
  • Em caso de dúvida entre dois níveis consecutivos, escolha o pior (maior número)
  • Reavalie sempre antes de iniciar novo ciclo de quimioterapia
  • Documente mudanças no ECOG ao longo do tempo no prontuário
  • Não deixe que uma única comorbidade não-oncológica determine o ECOG
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Limitações e Considerações Importantes

1) **Subjetividade**: Pode haver variabilidade na interpretação entre diferentes avaliadores. Treinamento e padronização são importantes. 2) **Comorbidades**: Dificultar diferenciar limitações pela doença oncológica vs outras condições (cardiopatia, artrose). 3) **Flutuação**: O estado funcional pode variar dia a dia. Registre a avaliação mais recente e representativa. 4) **Cultura e Contexto**: Conceitos como 'trabalho leve' podem variar culturalmente. 5) **Não é Multidimensional**: Não captura domínios específicos de qualidade de vida (dor, ansiedade, nutrição). 6) **Performance ≠ Prognóstico Isolado**: Deve ser interpretado junto com outros fatores (tipo de tumor, estágio, biomarcadores, resposta a tratamentos prévios).

Perguntas Frequentes

Tópicos Relacionados

  • Karnofsky Performance Status (KPS)
  • Escala de atividades de vida diária (AVD)
  • Avaliação geriátrica ampla em oncologia
  • Cuidados paliativos em oncologia
  • Critérios de elegibilidade para ensaios clínicos
  • Toxicidade de quimioterapia e ajuste de dose

Referências Científicas

  1. 1. Oken MM, Creech RH, Tormey DC, et al. Toxicity and response criteria of the Eastern Cooperative Oncology Group. Am J Clin Oncol. 1982;5(6):649-655.
  2. 2. Sorensen JB, Klee M, Palshof T, Hansen HH. Performance status assessment in cancer patients. An inter-observer variability study. Br J Cancer. 1993;67(4):773-775.
  3. 3. Buccheri G, Ferrigno D, Tamburini M. Karnofsky and ECOG performance status scoring in lung cancer: a prospective, longitudinal study of 536 patients from a single institution. Eur J Cancer. 1996;32A(7):1135-1141.
  4. 4. Ma C, Bandukwala S, Burman D, et al. Interconversion of three measures of performance status: an empirical analysis. Eur J Cancer. 2010;46(18):3175-3183.
  5. 5. Kelly CM, Shahrokni A. Moving beyond Karnofsky and ECOG Performance Status Assessments with New Technologies. J Oncol. 2016;2016:6186543.